quinta-feira, 8 de outubro de 2009




RUAZINHA

Ruazinha cinzenta,
quem teu lume apagou?
Foi a dor , foi a saudade
de um tempo que passou.
Tempo de alegres folguedos
que te enchiam de vida, beleza e cor.

Ruazinha singela,
quem de teus verdes te desnudou?
Desfizeram tuas floradas,
de teus jardins de rosas enfeitados
não sobrou nenhuma flor.

Ruazinha sem graça,
sem alamedas ... sem cor;
onde estão tuas estrelas
que outrora ao poeta inspirou?

Ruazinha agitada,
que muitas vezes silenciou
para ver reescrita a história,
de um amor que nunca acabou.

Ruazinha querida,
esquecer-te sei que nunca vou,
pelas quimeras em ti vividas,
pelos momentos inesquecíveis
que tua cumplicidade segredou.

4 comentários:

Carlos Thunder 5 disse...

Lindo Inez!
Diga-me,chegaste a conhecer essa rua realmente?
Lembro-me da rua em que vivi quando criança...e a melancolia vem.Mas no meu caso,a "minha" rua está mais agitada,rica e modificada....coisas da cidade de São Paulo...plantações de grandes prédios,regados por uma multidão...bjs

Unknown disse...

Essa eu tive a alegria de ver nascer! Um Mimo mesmo, querida Poeta!
É uma das minhas favoritas. Parabéns! Grande Beijo

Poeta Queiroz Filho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Poeta Queiroz Filho disse...

A poetisa Inez, aqui expressa nesse poema "ruazinha", um saudosimo embardado e dosado de amargura e ventura, comtempla a beleza e plenitude que tivera tal rua no passado e, de contraponto lastima sua decadencia. Sob um linguagem simples mas repleta de tertura e mansidão, Inez nos lança nesse seu passado idealiado, que, talvez, apenas perdera a suas qualidades pelo amor que ali, se não morreu no coração dos amantes, ao menos,sofrera a dor das mudanças, ou seja, podemos, assim, constatar, que a beleza e alegria da rua não vinham de si própria, mas daquele amor que se perdera do do tempo e de sua excencia.

( Queiroz Filho )