quarta-feira, 27 de outubro de 2021

 

 
 
 

ENTARDECER

 

Cai a tarde vaporosa e  lenta

Matizada pelas chispas douradas, escapadas do sol poente

Adormece embalada pelo gorjear das aves canoras, numa sinfonia de doce lamento

Preludiando a noite preta, tracejada por buliçosas estrelas cadentes

Saudando a lua alheada, entre nuvens violáceas e cinzentas

Cai a tarde, pacientemente...

 Vem soprada pelos vórtices, varrendo as folhas secas, barulhentas

Rouquejando como lâminas afiadas, pelas calçadas arrastadas; ruidosamente

Quebrando o silencio das tardes  bucólicas e de  lirismo florente

Cenário idílico que à  poesia inspira  é dá ao poeta preciosa  ferramenta

Levando-o a mergulhar na quimera e mitigar a dor que  na alma sente

Para que a tristeza seja humilhada e tratada,  como coisa pestilenta

A felicidade recrudesça e seja grassada pelos silfos dos ventos

Devolvendo à boemia, a poesia da ruazinha silente 

Aquietando-se sob as centelhas douradas, bordando o mando prateado da lua nascente.

 

( Inez Resende de Jesus)

 

 

quarta-feira, 31 de julho de 2019





SOLIDÃO

                                                      
                                              Inez Resende

De repente me vi só
Vagando por ruas tortas
Velando estrelas mortas
Mergulhadas na escuridão.

Soprada ao sabor do vento, seguindo
Aceitando qualquer porto como direção
A ermo apenas indo
Como folhas errantes rolando ao chão

Na noite fria, pirilampos, revoam
Debuxam centelhas na escuridão
Pontilhando o céu dos poetas
Alimentando-lhes a inspiração.

Mas na noite voraz poesia eu não vejo
E sigo voltejando nas asas da desolação
Às vezes, esperançosa de que a força do que fui me resgate
Faça-me livre das garras da desilusão.

E eu veja as lágrimas virarem alegria,
As chagas, cicatrização
Para eu dizer: ─ Doeu, mas sobrevivi, sou feliz,
Nos meus dias já não mora a contrição.

quarta-feira, 24 de abril de 2019




NAS ASAS DA SAUDADE

Nas tardes violáceas e calmas
De nuvens matizadas pelo sol a se deitar
O pensamento me leva até você
Nas asas da saudade, no peito, a cismar.

Não te vejo, faz tanto tempo...
Mas da memória não consigo apagar
As doces tardes no banco da pracinha
Coração na mão, ansiosa por te ver chegar.

Foi num tempo auspicioso
Quando eu ainda me permitia amar
E na cadência daquele amor
A dor não tinha lugar.

Mas os óbices vieram
Por águas revoltosas nos obrigaram a navegar.... Naufragamos...
Lágrimas turvaram nosso olhar
Do que fomos, salvaram-se as lembranças
Essas, nunca hão de se apagar.


( Inez Resende de Jesus)


domingo, 30 de julho de 2017




É primavera...


E eu ainda não fui lá fora saudar as flores ...
Uma quietude lastimosa rebuça minha alma
E na indolência vou metamorfoseando
Mitigando as querelas...
Reaprendendo a sonhar.

É primavera...
Borboletas eclodem das crisálidas e põe-se a valsar
Entre os lírios perfumados no parapeito da minha janela
Sacudidos pelos ventos revoltosos
Acordando a madrugada com seu assustoso silvar.

É primavera...
Campos floridos exalam perfume pelo ar
Quebrantando a dolência das noites pretas
Sem lua cheia, sem estrelas...
Sem seresteiro a cantar.

É primavera...
Os alvores beijam as flores e debuxam o novo dia que está para chegar
Com quimeras pululantes
Esperança constante
E vida a pulsar.

É primavera...



(Inez Resende de Jesus)

domingo, 15 de janeiro de 2017




EU TE AMAREI ...

E sei que a minha lembrança em ti repousará
Suave como a pétala gotejada de orvalho
Que como um gracejo manso te mando para a saudade sossegar
Eu te amarei por inteiro, sem mesuras, sem segredos ....
Sem remendos a nos marcar
Nos amaremos...
E mesmo que só em pensamento, esse amor canção será
E nos arrastará das trevas
E fará a querela passar
Assim foi e sempre será
Eu te amarei e você me amará
A mesma curva do tempo que nos separou
Far-nos-á reencontrar
E encherá nossas vidas de contentamento
E galopando nas asas do vento
Rasgaremos o céu noite a dentro
Até um novo dia raiar
Juntos veremos o sol nascer bem ali na nossa frente
Unindo nossas mãos e jurando nunca mais nos separar.

(Inez Resende)



Sonhe comigo ...

Deixe seu sonho me buscar
Levado pelos silfos dos ventos
Que nas noites pretas vagueiam
Embuçados de brilho de luar.

Chame por mim em seus sonhos
Minha alma lhe ouvirá
E me levará até você
Na lembrança do que fomos
E que eterno será.

Chame por mim
E nas asas da quimera irei te abraçar
No teu corpo deixarei o meu cheiro
Para que você nunca me esqueça
E assim, a lembrança do que fomos, eterna será.

( Inez Resende)


domingo, 28 de fevereiro de 2016





Meu sertão agridoce


Pele tostada pelo sol
Calos encrespando as mãos.
Sou sertanejo, sou forte
Não me amofino na luta não!
Acordo cedo, pego minha enxada
Preparo as leiras, sonho com o verde da plantação.
Mas o sol não dá trégua
Queima tudo sem compaixão.
E para não desanimar, finco os joelhos na terra
Faço uma prece pro meu “ Padim Ciço Romão”
Para que ele peça a Deus, misericórdia
Socorro para o nosso querido sertão
Fazendo cair nele chuva em abundância
Para vingar os roçados de mandioca, batata, milho e feijão.
E faça verdejantes os pastos
E transbordarem os ribeirões
Para que o sertanejo não passe nem fome nem sede
E seus olhos não vejam o gado morrer por inanição.
Oh, Deus! Não deixeis que aconteça dos meus filhos chorarem com fome
Sem eu lhes poder dar ao menos um pedaço de pão.
Isso me faria um homem tresloucado
E obrigado a sair do meu torrão
Em busca de melhores dias
Mas sei que o que encontraria seria só desilusão
Pois iria morar em alguma favela
Ou dormir ao relento sob a marquise de um espigão
Como tantos outros desvalidos
Esmolando... Sofrendo humilhação.
Não! Deus me livre dessa sina!
Nenhum vivente merece passar por isso não!
Está decidido: do meu sertão eu não saio
Vou morrer vestindo meu chapéu de couro e gibão !
E mesmo que a seca seja severa
Desamparado sei que não ficarei não
Pois Deus se apiedará do meu flagelo
E fará cair a chuva sob esse árido chão
Que cheio de vida outra vez estará
E nesse dia serei, o mais feliz dos cristão!


( Inez Resende de Jesus)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016




Últimas lágrimas

As últimas lágrimas rorejam lamentosas
E vou me permitindo chorar
Para exorcizar as querelas
E, no peito, as quimeras voltarem a morar
Eclipsando a dor
E , em seu lugar , um perene amor poder brotar
Debuxado por mãos entrelaçadas
E beijos airosos ao acordar
Sendo apenas feliz
Esquecida do que se foi
E despreocupada com o que virá
Seguindo sempre em frente
Carregada de sonhos florentes
Sem medrar, apenas deixar rolar.

( Inez Resende)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015





ÚLTIMAS QUIMERAS

As noites calmas sopradas pelo vento
São fantasmas falazes
Açoitando meu pensamento
Trazendo de volta as lembranças dos abraços apertados
Às vezes despudorados...
Às vezes suaves... Quentes...
Trocados em noites lilases
Riscadas por estrelas cadentes
Ai, meu Deus, como tudo era bom
Eu era a mais feliz dos viventes
Viver aquele amor era uma galhardia
Uma embriaguez que me fazia transbordar de contente.
E o deleite era tanto
Que me fazia crer que no mundo não havia sofrimento.
Mas como nada é para sempre
A perfídia transformou tanta felicidade em tormenta
As noites lilases se turvaram
Apagaram-se, uma a uma, as estrelas cadentes.
Desencantado, o poeta entristeceu
Um último poema escreveu
Desapareceu
A querela venceu
E a última quimera morreu.

( Inez Resende)


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015






QUANDO VOCÊ ME CHAMAR

Quando a tempestade passar
E você me chamar
Ao teu encontro irei
Cavalgando em um raio de luar
E te tocarei suavemente
Imitando a bruma da noite acariciando o mar
E viveremos um amor indulgente
Que à palavra transcende
E só os sentidos podem explicar
Então teremos dias de alegria
De uma alegria sem par
Daqueles que fazem morrer as querelas
E sumirem os motivos para chorar
Aí, dos espasmos da dor, resgatarei um sorriso
E, com ele, uma aquarela me porei a pintar
E pintarei dias de alegres primaveras
De flamboyants amarelos a florar
Debuxando magia
E fazendo o tempo se negar a passar
Para não quebrar o encanto
Que faz um ao outro se completar
Dando-nos a certeza de que longe um do outro não viveremos
E que juntos estaremos
Até o céu nos chamar.








ACALANTO

Acalenta-me com teu carinho
Afaste as barreiras para a felicidade passar
Faça ressurgir a vontade de sorrir
E eclipsar-se a vontade de chorar
Robusteça minha alegria
Devolva-me a vontade de sonhar
Nas manhãs esperançosas de primavera
Com seus flamboyants a florear
Perfumando a bruma matutina
Que se descortina
Para ver o sol despertar
Inspirando os segredos de amor
Que você há de me contar
E mesmo que sejam falazes
Eu não vou me importar
Quero é viajar na ilusão
Feito mariposas e pirilampos bailando no ar
Arrulhando uma canção eterna
Dessas que mexem com a emoção da gente
E ficam como um cata-vento de lembranças a girar
Dia após dia
Num tempo eterno
Até o mundo acabar.

sábado, 27 de setembro de 2014

















QUE SAUDADE QUE DÁ!


Ai que saudade me dá
Das tardes alegres de sol poente
Quando o sol adormecia
E a noite logo nascia
Banhada por raios de luar.
E vinha com suas borboletas em revoada
E pirilampos rodopiando pelo ar
Embalados pelo sibilar dos ventos
A varrerem as folhas secas de outono
Que à ruazinha parecia enfear
E a salpicar estrelas pelo céu
Que de tão brilhantes, espalhavam magia pelo ar
Para enfeitar a ruazinha calma
Que de tão quieta parecia não ter ninguém por lá.
Vez ou outra, o silêncio se quebrava
E isso só acontecia, quando você vinha me visitar
E baladas de amor
As mais belas que haviam
Para mim, punha-se a cantar
E eram canções tão suaves
Que portas e janelas se abriam pra te escutar
E as tardes se faziam de uma suave alegria
Que em teus braços eu me perdia
E me punha a repousar
Perdida numa doce fantasia
Numa viagem sem hora pra voltar.
Mas você se foi
E tudo fica tão monótono
Que as horas parecem não querer passar
E deu à ruazinha um brilho fugidio
Que comove aos meus sentidos e faz a minha alma alquebrada chorar
Sentindo falta das baladas de amor
Que você fazia para mim
Em noites de brisa mansa, prateadas de luar
Que hoje me faz uma falta enorme
E na ruazinha deixou um vazio sem par

Causado uma tristeza imensa
De não saber se um dia você irá voltar
Mas, quem sabe, a saudade te fale de mim
E à ruazinha, você volte a frequentar
E traga o encanto de antes
E as estrelas voltem a brilhar.
Trazendo de volta a alegria de antes
Quando você cantava para mim
Baladas de amor ao luar.
E fiquemos sempre juntos
Eu, você, a ruazinha e o luar.

( Inez Resende)

terça-feira, 23 de setembro de 2014

domingo, 31 de agosto de 2014

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

sábado, 19 de julho de 2014





Enquanto você dormia

Enquanto você dormia o teu sono me pus a velar
Debuxando delicadas estrelas
Com as centelhas de um raio de luar
Para enfeitar os teus sonhos
Que o silêncio da noite embalava
Com uma canção de amor pra te ninar
Tentando desfazer a turbulência do que te fazia triste
E que o meu carinho tentava curar.
Mas, quando tudo passar,
De bem com a vida sei que vamos estar
E em oceano tranquilo
Nossa nau vai poder navegar
Soprada por ventos domados
Que a um porto seguro vai nos levar
E sem medrar, ao teu lado estarei
Apagando as querelas que nos fazem chorar
Desenhando o alvorecer
O mais lindo que puder ser
Para mim e para você
E o resto não importará.

( Inez Resende)


quarta-feira, 28 de maio de 2014


QUANDO VOCÊ ME ABRAÇA



Quando você me abraça
A dor logo passa
E eu fico assim
Voando por nuvens cerúleas
Nas asas de um querubim
Acariciada pelo açoite dos ventos
Numa felicidade que parece sem fim
E Voando a ermo me vou
Perdendo-me entre raios de um vermelho carmim
Escapados do sol e que parecem brilhar só para mim
Nos crepúsculos violáceos
Vestidos com chuva de prata
Que as estrelas aladas deixavam cair sobre os jasmins,
As bromélias e pirilampos
Que povoam meu jardim
Quando você me abraça
A vida se enche de graça
Eu fico assim

(Inez Resende)

quarta-feira, 7 de maio de 2014




Não me olhes assim

Não me olhes assim
Com esses  olhos de mar
Refletindo chispas de  prata          
Roubadas de um raio de luar.       

Não me olhes assim
Que não sei se vou suportar
Ver esses olhos marejados    
Me pedindo para ficar.

Você me olha assim
Como se estivesse a me culpar
Por um erro que foi seu
E ao qual não consigo perdoar.

 Não me olhes assim
Não me peças para ficar
Morreu um pouquinho de mim
Nas quimeras que você pôs-se matar.

Não me olhes assim
Com esses olhos de mar
Se ontem eu chorei
Hoje é você quem  vai chorar
E chorarás para sempre
Pelo perdão que nunca vou conseguir te dar.

( Inez Resende)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014


















CONFORTE-ME


Envolva-me num abraço
E aplaque minha vontade de chorar
Conforte-me com um dengo
Cante uma canção de ninar
Para que eu adormeça em teu colo
Acreditando que a dor logo vai passar
E ao acordar ouça você dizer
Que o amor de sua vida sou eu
E que não suporta me ver chorar
Que não preciso ter medo
Pois estarás sempre ao meu lado
Principalmente, quando de cuidados eu precisar
Que a procela é passageira
E suave vento a bonança trará
E trará também revoada de borboletas
E colibris a arrulhar
Que entre as brumas do alvorecer estarão
Embalados pelo farfalhar das flores que o frescor da
extinta noite ajudou a orvalhar
Para embelezar os meus dias
E fazer a querela que me fere se apagar
Sobrando apenas as alegrias do nosso idílio
Que os silfos dos ventos espreitam e põem-se a abençoar
Para que me sobrem muitos motivos para sorrir
E mais nenhum para chorar.

( IneZ Resende)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014






ACOLHE-ME



Acolhe-me com paciência
Troca meu pranto por um pouco de felicidade
Faz-me sorrir com a galhardia
De quem é amado de verdade.
Acolhe-me
E beije-me com sinceridade
Aconchegue-me com carinho
Deixe seu cheiro inconfundível em meu corpo tatuado
Ah, estou tão cansada!
Dê-me um abraço gostoso
E faça-me descansar em seu mundo encantado
Sob um céu de pirilampos
E de estrelas salpicadas
Confessando que me perder é ver morrer o sol dos seus olhos
E lançar-se a ermo nos braços da saudade
Saudade dos momentos felizes
Vividos na cumplicidade
Das noites luzidias
Vestidas com o brilho da lua prateada
Que do céu, complacente sorria,
E de estrelas bordava a bruma da madrugada
Curando a tristeza que no peito ardia
E fazia minha alma alquebrada
Ressuscitando nossos impávidos momentos
Devolvendo-me o prazer de ser feliz de verdade.

( Inez Resende)



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


ENGANO

Quando a tarde cair
Não quero que o ocaso me traga saudades
Dos crepúsculos florentes
Matizado por filigranas de felicidade
Roubados dos teus olhos
Quando juravas sinceridade
No amor que dizias
Que de tão grande se estenderia dessa vida
até a eternidade
E eu, incauta que fui
Acreditei que tudo era verdade
Até ver o amor na perfídia morrer
Ferido pela lâmina fria da falsidade
Que nas sombras da noite escondias
Para ferir-me com crueldade
Causando um dissabor tamanho
Que minha alma foi encrespando de tanta infelicidade
Desfazendo toda a emoção
Que pensei existir na reciprocidade
Mas agora é outro tempo
A dor é efêmera e serve de aprendizado
E logo todo o sofrimento será esquecido
E as dores de agora serão lembranças a jazer no passado
E nem mesmo o mais belo crepúsculo
De sol rúbido no horizonte debuxado
Conseguirá fazer ressurgir o que não faz mais sentido
E no passado foi enterrado.


( Inez Resende)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014



SE VOCÊ VIER

"Se você vier
Que seja em noite florente
Banhada por reflexos de prata
E pontilhada por estrelas cadentes.
Ah, se você vier!
Não precisa trazer presentes
Traga apenas um abraço
Um abraço silente
Carregado de saudades
Saudades do idílio da gente
Vivido nos crepúsculos lilases
Açoitados por ventos que se faziam quentes
E aqueciam nossas almas
E nos faziam explodir de contentes.
Ah, se você vier!
Vou ser feliz novamente."

Inez Resende

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013





O JANGADEIRO E O MAR

O jangadeiro iça a vela
E põe sua jangada a rasgar o mar
Em noite auspiciosa
Iluminada por um raio de luar
Povoada de mobelhas noturnas
Arulhando madrigais
Que ajudam ao jangadeiro
O egresso suportar
Nas noites pretas
Sem lua, sem estrelas
E vento a uivar
Sem os abraços cálidos do amor
Que no cais ficou esperando
O jangadeiro voltar do mar
Com a jangada cheia de peixe
E o corpo com sede de amar.

( Inez Resende)

quarta-feira, 13 de novembro de 2013


Saudade

Meu coração partido
Chora de saudade
Do grande amor que vivi um dia
Sob um céu de estrelas pontilhado
Quando em seus braços eu me escondia
E , às vezes , adormecia
Feliz só por estar ao seu lado!
E tudo era bom
Era um sonho encantado
Tecido com as centelhas
Que a lua a terra mandava
Para bordar estrelas
Na rua por onde o poeta passava
Para dar –lhe o lirismo descomedido
Que o fazia extasiado
Contando em poesia
Aquele amor que eu vivia
E me fazia crer que era amada
Ah, como eu estava enganada!
Mal sabia eu
Que solidão em mim logo ia fazer morada
Tornando pretas minhas noites de centelhas
Sem lua cheia , sem estrelas
Sem o amor se fazendo
Em noites prateadas.

( Inez Resende)


sábado, 9 de novembro de 2013

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

"Lembranças de um paraíso", meu segundo livro, lançado na II Bienal do Livro de Itabaiana.


Com o imortal da Academia Sergipana de Letras, Domingos Pascoal, durante a II Bienal do Livro de Itabaiana onde lancei meu livro de contos " Lembranças de um paraíso".

quarta-feira, 25 de setembro de 2013



Cantiga triste

Cantiga triste
De um menestrel desencantado
Pelo amor que se foi
Deixando sua alma alquebrada
E a dor era tanta
Que foi apagando as centelhas
Que a lua espalhava pelas calçadas
Para pintar de purpúreo o crepúsculo
E de prateada, a alvorada
Numa aquarela de alegres cores
Inspirando o poeta
Que, num lirismo afoito
Ia tecendo versos apaixonados
Para cantar nas noites de boemia
Diante da janela de sua amada
Mas ela, coitada
Cansada de dividir o amor do menestrel
Com a lua prateada
Foi embora, perdeu-se na estrada
Deixando ao poeta a tristeza
E versos de uma poesia inacabada
Um vazio no peito
E uma saudade danada.


domingo, 22 de setembro de 2013




Quero estar contigo



Quero estar contigo
Onde as estrelas aladas moram
Num pôr do sol colorido
Ou , quem sabe, num barco a vela
Sobrevoado por gaivotas errantes
Em águas mansas, sem perigo de procela.

Quero estar contigo
Mas que seja sem pressa
Para que eu possa me deleitar com suas carícias
Debulhar segredos
Viver emoções sem reservas
Ouvir-te dizer
Que sem mim não sabe viver
Que só eu sei fazer
Sua vida ser mais bela!