SOLIDÃO
Inez Resende
De repente
me vi só
Vagando por
ruas tortas
Velando
estrelas mortas
Mergulhadas
na escuridão.
Soprada ao
sabor do vento, seguindo
Aceitando
qualquer porto como direção
A ermo
apenas indo
Como folhas errantes
rolando ao chão
Na noite fria,
pirilampos, revoam
Debuxam
centelhas na escuridão
Pontilhando
o céu dos poetas
Alimentando-lhes
a inspiração.
Mas na noite
voraz poesia eu não vejo
E sigo voltejando
nas asas da desolação
Às vezes,
esperançosa de que a força do que fui me resgate
Faça-me
livre das garras da desilusão.
E eu veja as
lágrimas virarem alegria,
As chagas, cicatrização
Para eu
dizer: ─ Doeu, mas sobrevivi, sou feliz,
Nos meus
dias já não mora a contrição.
Um comentário:
Boa noite!
Adorei ler-te!
Eu sempre digo que muitas vezes a solidão nos veste do que não somos e nos leva exatamente onde nunca gostaríamos de ter saído!
Grande abraço e muito sucesso!
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